domingo, 25 de outubro de 2009



SABE LÁ


Sabe lá, quem vai estar atrás da porta, quando toca a campainha

Sabe lá, se ele volta soluçando te dizendo que é só seu

Sabe lá, quem mandou que lhe esquecesse, desvairou por um instante

E botou o pé na estrada, se perdeu na madrugada, fez do bar a moradia, mas que nunca te esqueceu


Sabe lá, se te fazes de impossível e entristece o seu semblante

Sabe lá, se o agarras na parede feito nada aconteceu

Sabe lá, se consegues abrir a porta ou se trancas fustigada

E mandas que não apareça, que não és mais sua princesa, que se mude pro inferno e não quer mais carinho seu


Sabe lá, quantos mais têm aqueles braços apertados de saudade

Sabe lá, se a cama ainda é fria aguardando outro chegar

Sabe lá, se traspassas o espelho ensaiando tuas mentiras

E que choras ao fim da peça, ainda ama o traste à beça, sofres a cada madrugada sem seus membros a te esquentar


Sabe lá, se o perdão custa tão caro que o impulso te arrebata

Sabe lá, se eram só o jogo e o samba que o chamavam a embriagar

Sabe lá, se não tinham outros vestidos rodopiando contra os copos

E que ao som da cantoria, voz aguda e a boemia, não esticavam ao sol nascer pra ver raiar bem devagar


Sabe lá, se é você atrás da porta quando toca a campainha



THIAGO ROCHA






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Um comentário:

Paulo Dourado disse...

Ainda hei de musicar-te.

 
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