SABE LÁ
Sabe lá, quem vai estar atrás da porta, quando toca a campainha
Sabe lá, se ele volta soluçando te dizendo que é só seu
Sabe lá, quem mandou que lhe esquecesse, desvairou por um instante
E botou o pé na estrada, se perdeu na madrugada, fez do bar a moradia, mas que nunca te esqueceu
Sabe lá, se te fazes de impossível e entristece o seu semblante
Sabe lá, se o agarras na parede feito nada aconteceu
Sabe lá, se consegues abrir a porta ou se trancas fustigada
E mandas que não apareça, que não és mais sua princesa, que se mude pro inferno e não quer mais carinho seu
Sabe lá, quantos mais têm aqueles braços apertados de saudade
Sabe lá, se a cama ainda é fria aguardando outro chegar
Sabe lá, se traspassas o espelho ensaiando tuas mentiras
E que choras ao fim da peça, ainda ama o traste à beça, sofres a cada madrugada sem seus membros a te esquentar
Sabe lá, se o perdão custa tão caro que o impulso te arrebata
Sabe lá, se eram só o jogo e o samba que o chamavam a embriagar
Sabe lá, se não tinham outros vestidos rodopiando contra os copos
E que ao som da cantoria, voz aguda e a boemia, não esticavam ao sol nascer pra ver raiar bem devagar
Sabe lá, se é você atrás da porta quando toca a campainha
Um comentário:
Ainda hei de musicar-te.
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