quarta-feira, 20 de maio de 2009





CARPE DIEM ÉTERNELLEMENT


Antes que o sol mergulhe no além do horizonte
E apague o meu sorriso
Antes que o tempo perca as horas
E nossos dias se contem em dias-luz
Antes mesmo que o cerrado vire mar
E não possamos mais sonhar ante os ipês
Antes que as segundas comam os sábados, as terças aos domingos
E a vida se torne um melancólico dia útil
Antes que as sombras te escondam onde eu não encontre
E se torne fotografia no álbum da lembrança.

Contigo eu vou estar,
Neste ou noutro além
Onde o rio abraça o oceano
Onde a calma seduz a impaciência
Onde o incerto se tem como objetivo
Onde o amor quebra os relógios
Onde o céu chora e nosso teto faz das lágrimas
Sapos.

Vamos estar sempre um no outro
Nos traduzir em esperanto e arrotar em tupi
Cantar na chuva, pisar a relva
Abraçar as pipas e tocar as nuvens
Ficar exposto ao sol até que ele se queime
E rir da morte, a sobrenatural realidade dos corações sem dono.


THIAGO ROCHA




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segunda-feira, 18 de maio de 2009



QUADRO


Marcaram-me o rosto com tintas de dor

Rabisco infeliz, minha face é um canto

Seqüestro-me alegre, fugaz vem torpor

Infindas razões vasculham meu pranto


Na vida que crio, sou pena de morte

Tiros certeiros dos medos de outrora

Trocar tais destinos, temo até a sorte

Permite-me sorrir, num passo devora


E na parede que é a vida, vejo-me um quadro

Pintada multidão, não me decifro em algum

Somente vívida moldura, esvaindo meus atos


Num turbilhão de desejos, agonizo-me vácuo

Impossível chorar já que não há rios ou lagos

Que sustentem minhas lágrimas, sem se afogar


THIAGO ROCHA


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OUVE


Houve a necessidade de me desligar a tudo,

e me ligar ao teu acalanto.


Houve noites que roubamos a madrugada, sós

Houve rapidez em se entregar mulher

Houve dias frios, quentes, pálidos, gélidos e cálidos.


Houve dor,

distância,

separação

e reencontro.


Houve em mim, um desejo seco de me sentir aqui

Em ti, um grito mudo de gelar suor.


Às mais intensas profundezas em que o amor se esconde

Lá fomos nós

Atrás do limite do amar

Do tênue limiar entre o prazer e a morte

Aos abismos da loucura, levamos o amor ao seu extremo

E amamos!


Houve, entre nós, todas as formas de amar e se ofender

Ferimos o amor.


Houve um rolar penoso

Um gemer que sangrou em dor

Mãos acenando, lágrimas e silêncio.


Houve o silêncio.


- Ouve!




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